sábado, 4 de novembro de 2017

Conselhos à mãe que fui no primeiro mês de vida do meu filho

Se eu pudesse aproximar-me de mim mesma com as experiências que tenho hoje, eu me diria muitas coisas. A primeira delas e que eu não dei importância quando ouvi de outras mães: VAI PASSAR! As inúmeras vezes que você irá acordar durante a madrugada, as inúmeras fraldas trocadas, o choro incontido do bebê pelo leite que não descia, o seu choro porque o leite não descia, a impossibilidade de movimentar-se para acudir o choro do bebê por conta das dores da cirurgia... TUDO PASSA!



Na sala de cirurgia nascerão duas pessoas, um bebê e uma mãe. Você vai ter que aprender a amamentar, porque não é simplesmente colocar o bebê no seu peito. Terá que aprender a ler os sinais dele, o choro. Com isso, aprender o que é fome, fralda suja, vontade de dormir, de mudar de posição, cólica ou desejo de colo.



Não pense no futuro, nas coisas que tem para fazer, nos projetos que ainda pensa em realizar. Não se martirize com isso, porque simplesmente não dá para pensar em nada disso agora. Simplesmente viva o que foi esperado por nove meses. Use a licença até a última gota, pois ela serve para isso mesmo. 



Os outros é o que menos deve importar nesse momento. Educação vem em segundo lugar (outro conselho que ouvi). Então, não se constranja de dizer que não pode receber visita quando estiver exausta da longa noite insone; de estabelecer limites, regras e horários. Tudo porque, em primeiro lugar, vem a criança e você. Os outros que entendam! Quem te ama e se importa com vocês, certamente vai entender.



Para você, o bebê é a novidade. Para ele, o mundo todo é uma novidade de difícil adaptação. Então, entenda como todo esse ambiente é estranho, diferente e estressante. O choro é a única forma dele se comunicar. Não se desespere com ele!



Respira, inspira, não pira! Você deveria repetir essa frase para si mesma várias vezes ao dia, como um mantra. Respirar fundo a cada palpite mal colocado, a cada incompreensão, a cada falta de bom senso e de educação. Também permita-se pirar se algo te incomoda. Já são muitas coisas para administrar entre você e o bebe para ter que lidar com a loucura dos outros.



Não pira, menina! Se a maternidade muitas vezes é fardo, também pode ser diversão. Então, permita-se a oportunidade de reviver a infância. Se for para cantar, que seja alto, maior que a sua voz interior te culpando, te fazendo pensar demais. Se for para dançar, que pule, rebole, o corpo reviva coreografias aprendidas na infância, a dor da dança seja maior que resquícios de dor da cesárea. Entre na dança! Se for para fazer o bebê rir, se faça de palhaça!



Ser mãe é ter que se envolver... Na dança, na brincadeira, na dor. Para cada estágio, uma evolução. Haverá o momento de apenas balançar chocalhos, mas haverá o momento de montar legos, quebra-cabeças e jogos de tabuleiro. Haverá o tempo de falar perto dele. Converse mais, tira a tua timidez, a tua inabilidade com criança. Ora, canta, desabafa, chora, mas fala!




Você não pode ser diferente. Se errou em algumas coisas, acertou em outras. Os seus erros foram tentando acertar. A maternidade tem sempre disso, de coisas que pecamos por um lado tentando fazer o melhor que podemos. O meu melhor foi isso, pequeno.  

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