Se
eu pudesse aproximar-me de mim mesma com as experiências que tenho hoje, eu me diria
muitas coisas. A primeira delas e que eu não dei importância quando ouvi de
outras mães: VAI PASSAR! As inúmeras vezes que você irá acordar durante a
madrugada, as inúmeras fraldas trocadas, o choro incontido do bebê pelo leite
que não descia, o seu choro porque o leite não descia, a impossibilidade de
movimentar-se para acudir o choro do bebê por conta das dores da cirurgia... TUDO
PASSA!
Na
sala de cirurgia nascerão duas pessoas, um bebê e uma mãe. Você vai ter que
aprender a amamentar, porque não é simplesmente colocar o bebê no seu peito.
Terá que aprender a ler os sinais dele, o choro. Com isso, aprender o que é
fome, fralda suja, vontade de dormir, de mudar de posição, cólica ou desejo de colo.
Não
pense no futuro, nas coisas que tem para fazer, nos projetos que ainda pensa em
realizar. Não se martirize com isso, porque simplesmente não dá para pensar em
nada disso agora. Simplesmente viva o que foi esperado por nove meses. Use a
licença até a última gota, pois ela serve para isso mesmo.
Os
outros é o que menos deve importar nesse momento. Educação vem em segundo lugar
(outro conselho que ouvi). Então, não se constranja de dizer que não pode
receber visita quando estiver exausta da longa noite insone; de estabelecer
limites, regras e horários. Tudo porque, em primeiro lugar, vem a criança e
você. Os outros que entendam! Quem te ama e se importa com vocês, certamente
vai entender.
Para
você, o bebê é a novidade. Para ele, o mundo todo é uma novidade de difícil
adaptação. Então, entenda como todo esse ambiente é estranho, diferente e
estressante. O choro é a única forma dele se comunicar. Não se desespere com
ele!
Respira,
inspira, não pira! Você deveria repetir essa frase para si mesma várias vezes
ao dia, como um mantra. Respirar fundo a cada palpite mal colocado, a cada incompreensão,
a cada falta de bom senso e de educação. Também permita-se pirar se algo te
incomoda. Já são muitas coisas para administrar entre você e o bebe para ter
que lidar com a loucura dos outros.
Não
pira, menina! Se a maternidade muitas vezes é fardo, também pode ser diversão.
Então, permita-se a oportunidade de reviver a infância. Se for para cantar, que
seja alto, maior que a sua voz interior te culpando, te fazendo pensar demais.
Se for para dançar, que pule, rebole, o corpo reviva coreografias aprendidas na
infância, a dor da dança seja maior que resquícios de dor da cesárea. Entre na
dança! Se for para fazer o bebê rir, se faça de palhaça!
Ser
mãe é ter que se envolver... Na dança, na brincadeira, na dor. Para cada estágio,
uma evolução. Haverá o momento de apenas balançar chocalhos, mas haverá o
momento de montar legos, quebra-cabeças e jogos de tabuleiro. Haverá o tempo de
falar perto dele. Converse mais, tira a tua timidez, a tua inabilidade com
criança. Ora, canta, desabafa, chora, mas fala!
Você
não pode ser diferente. Se errou em algumas coisas, acertou em outras. Os seus
erros foram tentando acertar. A maternidade tem sempre disso, de coisas que
pecamos por um lado tentando fazer o melhor que podemos. O meu melhor foi isso,
pequeno.








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